sábado, 15 de novembro de 2008

Mariandante

E caminhava sobre o vento
com os cabelos quase presos
sem sorriso nenhum,
caminhava,
e todos atônitos observavam
seu vestir
seu calçar
todos a seguiam com olhar
mas não era isso q'ela queria
ela queria apenas caminhar
respirar um pouco fora do sufoco
que era estar naquele porão fechado
onde morava.

Talvez todos a olhassem por ela ser rara
e toda vez que saia reluzia,
radiava
mas não era isso q'ela queria,
por isso pouco caminhava
e muito pranteiava.

Quem por perto estava ouvia
seu cantos de lamento ao anoitecer
seu toque no violão suave,
quem ao invés de tirar o sono adormecia.

Era o único momento em todo o dia
em que ela em paz se sentia,
por não ver ninguém ali por perto
o prazer de nenhum olho aberto
e o acariciar dos cílios nos olhos que fechados agora adormeciam.

Sempre havia um aglomerado de gente a sua porta
alguns por curiosidade,outros por habito,poucos por prazer
de ouvir sua voz e assim adormecer com sua doce melodia.

Sim,era para isso que ela tinha sido criada
para a paz trazer a quem não possuía
e descanso manso a quem atribulado estava,
fora ou dentro do porão onde se escondia,
sua paz de dentro p'ra fora doava,
muitas vezes em silêncio,
por outras em melodia
e assim prosseguia seu destino
da paz trazer em voz,tom e caminhada.

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