sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Madrugada Flutuante.

pés frios sobre a mesa,sobre o chão
sobre tudo
pés frio sobre minhas costas e é tudo
nas minhas mãos na minha fronte
em tudo
pés frios cujo caminhar me consome
pés frios, onde o frio não soa, e calor esbalda com trombetas desfarsantes
som que meus tímpanos afaga
e traga como o cigarro inquietante
um cigarro para disfarçar, a sonolência de quem pisa nesse chão com os pés frios,
e se coloca a retirar
pés frios que no chão caminham oscilando e confundem meu corpo a tapete
como faço para disfarçar?
Recusar esse calor que de perto me afaga, e de longe afoga-me nesses pés frios,
passo lentos, camuflados, nas distracções desse sono lento
sono lento
sonolento
sono e lento
paz que não entendo
quero me afogar no relento, descançar ao som do vento, me entregar a esse passo lento,
lhe beijar com domínio, com sustento,
nada enxerguei, será inimigo desse tempo?
Me desespero, não me entendo com o passa dos tempos, passo lento, sonolento pés frios ao chão do tempo
tempo que voa
passa
gira
tempo que dança
connosco
pés frios
corpo quente
tortura-me, comove-me, com os pés no tempo,
pés frios no momento,corpo quente,eu lhe entendo,
deixa-me infernalmente inspirado nesse tempo, no momento em que lhe ordeno,
passa tempo, corpo quente, dança connosco nesse tempo, neste momento, retire essa sonolência, que toda vida assombra-me!
Espero pelo momento de voar nos meus pensamentos, a quanto tempo, eu quis prolongar com o sustento, de encontrar-me a roda gigante da felicidade, a roda viva dos velhos tempos
onde tudo eram rosas e soluços de alegria
onde tudo eram risos e pouca coisa nos trazia
a felicidade que esperávamos do dia
dia-a-dia
um dia após o outro
do tempo em que os meus pés não eram frios e o seu corpo não era quente
nós movia, nos trazia, nos rodeava, noite e dia
com a faca em meu coração, brincávamos de indefinição, com esse sentimento bom, somos tão bons, como a gente fez ou não fez,
mas restou nem sobrou algo a mais para fazer,
a noite e o dia,como a gente movia o mais límpido por do sol, e a lua cheia mais bela que exista, me perco noite e dia, te encontro todo dia.

Criação conjunta/versos ao vento 2009 - MariahDante e GustavoMaximo

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